A idéia de que a criança tem um mundo totalmente diferente do adulto, é bastante recente. Até pouco tempo ela era considerada apenas um homem ou uma mulher que ainda não tinham crescido. Com a concepção de que meninos e meninas são baixinhos, mas que formam um mundo à parte do dos adultos, foi que surgiu a chamada literatura infanto-juvenil, já que, até então, não havia esta definição precisa entre o que era infantil e adulto.
As mil e uma noites, por exemplo, tanto pode ser lido pelas crianças como pelos adultos. O mesmo acontece com Robinson Crusoé, As viagens de Gulliver; A ilha do tesouro e tantas outras obras que vieram antes e depois destas.
Flávio Paiva, jornalista e autor de vários livros que, segundo ele, são destinados a todas as idades, é responsável pelo texto que se segue, no qual, ao mesmo tempo em que conta a história da literatura infanto-juvenil desde os seus primórdios, também levanta uma série de questões bastante atuais sobre o assunto.

TRECHOS

“As histórias infantis vêm de antes da descoberta da infância, antes mesmo do livro e da literatura, e continuam brotando a natureza lúdica humana e na relação das pessoas com o mundo intangível”.

“Mesmo com reservas, o conhecimento organizado nos livros contribuiu de forma relevante para o entendimento de que se colocassem aqueles seres, menores de idade e ainda não aptos aos afazeres do adultos, para aprender a ler, eles poderiam servir bem melhor às suas comunidades religiosas, culturais, sociais, territoriais e políticas. Não por seu caráter de ludicidade ou de experienciação com as letras, mas por distinção funcional, o conceito de ‘infância’ acabou nascendo vinculado ao de ‘literatura infantil'”.

“Os romances de cavalaria, cheios de magos, atos de bravura, amor ardente e amor cortês, também de fonte medieval, têm grande presença no despertar dos adultos e no adormecer das crianças”.


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