Flávio Paiva, o retorno
Jornal O Povo, caderno Vida & Arte, pág. 5, Fortaleza (CE), 20/08/2013

Jornalista, escritor e compositor volta às páginas do O POVO, com coluna semanal (às quartas-feiras) no caderno Vida & Arte

Emanuel Furtado
emanuelfurtado@opovo.com.br

flaviopaiva_opovo
FAC-SÍMILE

Depois de quase uma década, o jornalista Flávio Paiva está de volta às páginas de O POVO. A partir de amanhã e todas as quartas-feiras, o também escritor e compositor assina uma coluna que leva o seu nome, onde abordará o que ele chama de “jornalismo expressionista”. Semanalmente, o ilustrador Carlus, do O POVO, assinará as imagens que dialogarão com os textos.

“Ao longo dos anos, criei um conceito que chamo de jornalismo expressionista, onde as luminosidades dos fatos são mais destacadas que seus contornos. Na sombra tem sempre a possibilidade de encontrar a luz. O esforço de dar expressão a essa luz é um dos fundamentos do que faço. E, dentro do jornalismo expressionista criei duas trilhas: a da Infância e a da Cidadania Orgânica”, explica Flávio Paiva.

Segundo ele, a trilha da Infância é um conceito autoexplicativo. “Aqui vou tratar do consumismo na infância, temas de comportamento, literatura infantil, educação, obesidade infantil, música, enfim, tudo que diz respeito à cultura da infância, cuja linguagem é o brincar”.

Já na trilha da Cidadania Orgânica, “abordarei, pelo ângulo das novas tendências e das aspirações por mudanças comportamentais, coisas que possam se referir aos modelos de vida em declínio, à falsa ideia de progresso, ao consumo exacerbado e a tudo que signifique destruição dos recursos naturais renováveis e das relações entre as pessoas. Pode ser, por exemplo, a questão educativa do trânsito nas grandes cidades, na perspectiva cultural apontada para novos estilos de vida. Vou dar atenção ao que envolve as pessoas e as influenciam no seu cotidiano. Falo também sobre a caatinga, o semiárido, a importância dos nossos biomas, mas preferencialmente de forma propositiva e dentro da relação do ser humano com a natureza e a possibilidade de reaproximação entre esse ser com o meio ambiente”.

Para ele, o jornalismo cultural feito no Ceará é um dos melhores do Brasil, apesar de algumas fissuras existentes no seu processo de produção. Na sua avaliação, “nós vivemos em uma cidade e em um Estado com alta precariedade de políticas culturais. Uma precariedade triste, que não está a altura do nosso potencial de produção. Somos ainda muito fracos nesse sentido. Existe um descompasso entre a importância de uma cidade como Fortaleza, o seu patrimônio cultural e as políticas voltadas para essas questões”.

Fonte: O POVO