Por Soraya Lima

Na manhã deste feriado da Data Magna do Ceará, 25 de março, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) realizou a acolhida artística e cultural com o lançamento do livro “Ceará Negro e outros temas de África”, do cearense Flávio Paiva, jornalista, escritor e compositor, além de apresentação musical e degustação de comidas típicas africanas, no auditório do Campus da Liberdade, em Redenção/CE.

Foto: Marcos Vieira, Roque Albuquerque, Cláudia Carioca, Flávio Paiva, Acrísio Sena e David Moreno.

Além do reitor da Unilab, Roque Albuquerque e da vice-reitora, Cláudia Carioca, fizeram parte do encontro, o professor de sociologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), David Moreno, o deputado estadual, Acrísio Sena, o jornalista, Flávio Paiva e o professor do IFCE e cerimonialista Marcos Vieira.

O feriado, celebrado anualmente como Data Magna do Ceará, está inscrito no calendário estadual desde 2011. Nesta data também foi lançado o projeto do deputado estadual, Acrísio Sena, que visa dedicar uma semana, em torno do feriado, para discutir o Ceará e desenvolver atividades relacionadas ao tema em vários órgãos.

Durante o evento, o grupo de estudantes internacionais – projeto Vozes d’África – realizaram a apresentação musical, interpretando as obras das culturas africanas, juntamente com a participação do músico paulista Paulo Lepetit, como também, a música-tema do livro “Ceará Negro”, parceria de Lepetit e Flávio Paiva.

Segundo o reitor Roque Albuquerque, após algumas homenagens, destacou que a Unilab é um caldeirão de saberes, com 1.565 estudantes africanos. “Somos hoje a universidade mais comprometida em formação de quadros para os países de língua portuguesa. É um orgulho ter brasileiros, africanos e timorenses, contribuindo para o avançar da ciência para o mundo”.

Quanto a alusão à Data Magna, o reitor da Unilab destacou-a como data inspiradora. “Precisamos de figuras inspiradoras. A escravatura foi uma mancha triste na história deste país, além de em outros países”, afirmou Roque. Quanto à obra, Roque esclareceu que o livro apresenta vários tópicos inspiradores. “Precisamos de figuras inspiradoras para que esta geração consiga projetar-se para o futuro. Fazer a escolha entre colocar-se com coitado ou escolher ser alguém que vai resistir, superar as barreiras, se não for possível escalar a montanha, com força e resistência a gente coloca abaixo. Mas, trilha o caminho trilhador do futuro”, afirmou Roque.

Após agradecimentos, o jornalista, Flávio Paiva destacou seu interesse pelo continente africano de longa data. Já a produção do livro: “Ceará Negro e outros temas de África”, foram observações deste mundo de África que sempre o chamou a atenção. “Olhar para África é um olhar muito importante para compreender e superar a questão do racismo. A África é um continente de tantas riquezas, tantos países, tantas etnias… É uma grande inspiração para o mundo. Pelo que foi, pelo que é, e digo mais, pelo que pode ser”, enfatizou Flávio Paiva.

“Dia 25 de março de 2025 é um dia especialmente luminoso. Um dia de sons, dia de cidadania e de integração. Precisamos valorizar esta data porque este ato é muito mais importante que o feito. Um momento de enxergar o outro, de se manifestar e se unir para transformar esta situação ainda tão complexa” – Flávio Paiva.

A multiplicidade de olhares deu-se com a interação dos estudantes da Unilab na análise e interpretação dos textos que foram produzidos ao longo de 25 anos. “Eles trouxeram outros olhares e interpretações que me chamaram a atenção positivamente“. Em especial, Flávio Paiva destacou a capa do livro, cuja foto é de autoria do estudante do curso de Administração Púbica da Unilab, Yuri Chimanga.

Para o autor, não tinha outro lugar no Brasil, ou na África, para esse tipo de interação. A troca, a música interpretada pelo grupo Vozes d’África, tudo isso foi a integração na prática. “Estamos praticando a integração, esse é a função da Unilab”.

Apresentação musical do projeto Vozes d’África com Flávio Paiva e Paulo Lepetit.