A convite do artista plástico Eurico Bivar, Flávio Paiva apresenta o catálogo da exposição “Traços Nativos e Grifos Poéticos”, em mostra pública de 20 a 30 de dezembro de 1989, na Agência Jangada da Caixa Econômica Federal.


A tinta dos impulsos emocionais

Flávio Paiva

O autor que parece com a obra é mais verdadeiro. Eurico Bivar é um desses artistas capazes de se confundirem com o próprio trabalho. Por isso tem exercitado o seu talento para desenvolver uma arte que encontra na autenticidade um dos seus pontos mais valiosos.

Em “Traços Nativos e Gritos Poéticos” percebe-se claramente um Bivar de estilo cada vez mais apurado e descomprometido com a estética que o poder da mídia convencionalmente apresenta como moderna.

Ele transforma impulsos emocionais em telas.

Os temas abordados por Bivar conduzem cores e desejos que traduzem uma natureza marginalizada.

A ecologia, as sugestões fálicas e as imagens indígenas presentes em seus trabalhos expressam um sentimento de resistência cultural e contestação ao mundo incolor desenhado pela humanidade.